Uma das funções básicas do brincar é permitir que a criança aprenda a elaborar/ resolver situações conflitivas que vivência no seu dia a dia.
E para isso, usará capacidades como a observação, a imitação e a imaginação.
Essas representações, que de início podem ser "simples", de acordo com a idade da criança, darão lugar a um “faz de conta” mais elaborado, que além de ajudá-la a compreender situações de possível conflito, ajuda a entender e assimilar os papéis sociais que fazem parte de nossa cultura (o que é ser pai, mãe, filho, professor, médico,...).
Através desta imitação representativa, a criança vai também aprender a lidar com regras e normas sociais. Desenvolve a capacidade de interacção e aprende a lidar com o limite. Neste caso concreto, os jogos com regras são fundamentais, principalmente a partir dos 6 anos de idade.
Quando se discute o papel do brinquedo no "faz de conta", refere-se especificamente à brincadeira de "faz-de-conta", como brincar ás casinhas, brincar às escolas ou aos professores, brincar com um cabo de vassoura como se fosse um cavalo.
As crianças evoluem por intermédio de suas próprias brincadeiras e das invenções das brincadeiras feitas por outras crianças e adultos.
Nesse processo, ampliam gradualmente sua capacidade de visualizar a riqueza do mundo real que a rodeia, e, no plano simbólico, procuram entender o mundo dos adultos. Ainda que com conteúdos diferentes, estas brincadeiras possuem uma característica comum: a actividade do homem e as suas relações sociais e profissionais.
Deste modo, a criança desenvolve a linguagem e a narrativa e nesse processo vão adquirindo uma melhor compreensão de si próprias e do outro, pela contraposição com coisas e pessoas que fazem parte de seu meio, e que estão, portanto, culturalmente bem definidas.
Ao reproduzir o comportamento social do adulto nos seus jogos, a criança está a mesclar situações reais com elementos de sua acção fantasiosa.
Esta fantasia surge da necessidade da criança, como já dissemos, em reproduzir o quotidiano da vida do adulto da qual ela ainda não pode participar activamente. Porém, essa reprodução necessita de conhecimentos prévios da realidade exterior. Deste modo, quanto mais rica for a experiência humana, maior será o material disponível para a imaginação que irá materializar nos seus jogos e brincadeiras.
A construção do real parte, então, do social. Da interacção com outros, quando a criança imita o adulto e é orientada por ele, a noção do real é paulatinamente interiorizada pela criança.
Conforme a brincadeira se vai desenvolvendo, acontece uma aproximação com a realização consciente do seu propósito.
Um aspecto importante, é que, no jogo de faz-de-conta, a criança passa a dirigir o seu comportamento pelo mundo imaginário, isto é, o pensamento está separado dos objectos e a acção surge das ideias. Assim, do ponto de vista do desenvolvimento, o jogo de faz-de-conta pode ser considerado um meio para desenvolver o pensamento abstracto.
Tanto a actividade lúdica quanto a actividade criativa surgem marcadas pela cultura e mediadas pelos sujeitos com que ela se relaciona. Mas além de ser uma situação imaginária, o brinquedo é também uma actividade regida por regras. Mesmo no universo do "faz-de-conta" há regras que devem ser seguidas. Ao brincar aos autocarros, por exemplo, exerce o papel de motorista. Para isso tem que tomar como modelo os motoristas reais que conhece e extrair deles um significado mais geral e abstracto para a categoria "motorista". Para brincar conforme as regras, tem que esforçar-se para exibir um comportamento ao do motorista, o que a impulsiona para além de seu comportamento como criança. Tanto pela criação da situação imaginária, como pela definição de regras específicas, o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento de proximidade na criança. No brinquedo a criança comporta-se de forma mais avançada do que nas actividades da vida real e também aprende a separar objecto/significado.
Há que quebrar a dicotomia de mundo-adulto-sério-real e mundo-infantil-lúdico-fantasioso.
Fantasia e realidade se re-alimentam e possibilitam que a criança - assim como os adultos - estabeleça conceitos e relações; insira-se enquanto sujeito social que é. Ele sinaliza que, ao brincar, a criança não está só fantasiando, mas fazendo uma ordenação do real; tendo a possibilidade de dar um novo significado às suas diversas experiências quotidianas. A imitação, o faz-de-conta, permite a reconstrução interna daquilo que é observado externamente e, portanto, através da imitação são capazes de realizar acções que ultrapassam o limite de suas capacidades.
Pois, se através da imitação, a criança aprende, nada mais positivo que a escola promova situações que possibilitem a imitação, a observação e a reprodução de modelos. As situações de imitação precisam intervir e desencadear um processo de aprendizagem.
A promoção de actividades, que favoreçam o envolvimento das crianças, que propiciem várias brincadeiras, num ambiente agradável, principalmente aquelas que promovem a criação de situações imaginárias, têm nítida função pedagógica.
A escola e, particularmente a pré-escola, poderiam a partir desse tipo de situações, actuar no processo de desenvolvimento das crianças. Principalmente na pré-escola, a brincadeira não deveria ser considerada uma actividade de passatempo, sem outra finalidade que a diversão.
Para tanto, é preciso, inicialmente, considerar as brincadeiras que as crianças trazem de casa ou da rua e que organizam independentemente do adulto, como um diagnóstico daquilo que já conhecem, tanto no diz respeito ao mundo físico ou social, bem como do afectivo e, é necessário que a escola possibilite o espaço, o tempo e um educador que seja o elemento mediador das interacções das crianças com os objectos de conhecimento.
Fantasia e realidade se re-alimentam e possibilitam que a criança - assim como os adultos - estabeleça conceitos e relações; insira-se enquanto sujeito social que é. Ele sinaliza que, ao brincar, a criança não está só fantasiando, mas fazendo uma ordenação do real; tendo a possibilidade de dar um novo significado às suas diversas experiências quotidianas. A imitação, o faz-de-conta, permite a reconstrução interna daquilo que é observado externamente e, portanto, através da imitação são capazes de realizar acções que ultrapassam o limite de suas capacidades.
Pois, se através da imitação, a criança aprende, nada mais positivo que a escola promova situações que possibilitem a imitação, a observação e a reprodução de modelos. As situações de imitação precisam intervir e desencadear um processo de aprendizagem.
A promoção de actividades, que favoreçam o envolvimento das crianças, que propiciem várias brincadeiras, num ambiente agradável, principalmente aquelas que promovem a criação de situações imaginárias, têm nítida função pedagógica.
A escola e, particularmente a pré-escola, poderiam a partir desse tipo de situações, actuar no processo de desenvolvimento das crianças. Principalmente na pré-escola, a brincadeira não deveria ser considerada uma actividade de passatempo, sem outra finalidade que a diversão.
Para tanto, é preciso, inicialmente, considerar as brincadeiras que as crianças trazem de casa ou da rua e que organizam independentemente do adulto, como um diagnóstico daquilo que já conhecem, tanto no diz respeito ao mundo físico ou social, bem como do afectivo e, é necessário que a escola possibilite o espaço, o tempo e um educador que seja o elemento mediador das interacções das crianças com os objectos de conhecimento.
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